A dúvida entre escolher o cinema ou as plataformas de streaming é frequente para aqueles que não vivem sem filmes e séries. Com base nos dados da Conviva, uma plataforma de monitoramento de streaming, mesmo com o crescimento de 20% elas não afetarão as produções cinematográficas.

Segundo o cineasta Vitor Búrigo e editor chefe do site @cinevitor, elas têm mais a contribuir juntas ao invés de trazer algum prejuízo. A união entre o cinema e o streaming andam resultando em ótimos produtos. “Muitas procuram os estúdios e produções de cinema para a realização de seus projetos, criando uma grande diversidade em seus catálogos. Isso é uma positividade de crescimento para o cinema”, explica.

Fatores pandêmicos nos filmes

Com base nos dados do Sistema de Controle de Bilheteria (SCB), as salas de cinema brasileiras em 2020 tiveram 39 milhões de espectadores, uma redução de 77% em relação a 2019 em público e em bilheteria.  Alguns buscaram se adaptar à situação e outros fecharam as suas portas, por conta dos prejuízos financeiros.

“Os festivais cinematográficos por exemplo, tanto no Brasil quanto no mundo, se voltaram ao fator hibrido e outros apenas remoto. Perdendo todo aquele sentimento de emoção que tínhamos antes da pandemia”, conta Búrigo.

Com a adaptação sendo difícil, encontrar algo para a distração é o que mais aconteceu na pandemia. O Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), mostra em uma pesquisa que no primeiro semestre de 2020 houve aumento de 145% de assinantes de streaming comparado a 2019.

Para Búrigo, a esperança esteve na arte, nos filmes, nas séries, novelas e nas músicas. A permanência em casa e a ameaça da doença trouxe um medo para todos. Os usos do streaming se tornaram maiores, porque eram distrações para os problemas. E de forma óbvia afetou a frequência do cinema. Porque alguns fecharam por um tempo, e ainda pensando numa volta. “Porém, com uma frequência e certeza maior agora. Com a vacinação, a segurança entre as pessoas aumentou o que podemos chamar de recomeço nas idas ao cinema”, acredita.

Por que ir ao cinema?

 Assistir um filme em casa ou em uma sala de cinema tem várias diferenças perceptivas entre os que assistem filmes constantes. “A maior motivação é porque não existe experiência melhor, e em nossas casas ainda temos a vulnerabilidade do ambiente. E no cinema é tudo preparado envolta do filme, a tela, o som e a iluminação do cinema faz o momento ser especial”, ressalta o cineasta Búrigo.

Já para o estudante André Luiz Kruz, suas idas ao cinema se resumem em sair com os amigos, se atualizar com um filme novo e na vibração em conjunto como uma torcida de futebol. “Apesar de eu entender o gosto do silêncio no cinema, não vejo porque ver um filme sem interagir”, diz.